CROCHETAGEM- MOBILIZAÇÃO MIOFASCIAL PROFUNDA INSTRUMENTAL
A crochetagem ou diafibrólise percutânea é um método de tratamento fisioterapêutico. Utiliza um gancho colocado e mobilizado sobre a pele para destruir aderências e corpúsculos irritativos inter-aponeurótico ou mio-aponeurótico. A crochetagem é baseada nos conhecimentos do Dr.James Cyriax . As ações mecânicas são vistas nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares, nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases circulatório e próximo às articulações, nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento e nas proeminências ou descolamentos periósteos. Os efeitos da compressão, principalmente durante a crochetagem ao nível dos trigger points, sugerem a presença de um efeito reflexo.
A ação circulatória está relacionada com a observação clínica e histológica dos efeitos da terapêutica aplicada que demonstra aumento da circulação sanguínea e provavelmente da circulação linfática. Ainda, o rubor cutâneo que segue uma sessão de crochetagem ocorre devido a uma reação histamínica.
Segundo Cyriax; a massagem transversa profunda, que é a precursora da Crochetagem, também causa liberação de histamina ocasionando uma vasodilatação profunda devido às ações mecânicas ratificando uma relação entre os efeitos mecânicos e circulatórios da Crochetagem.
As principais indicações para a técnica, segundo Baumgarth (2005), são: aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual; aderências consecutivas a uma fibrose cicatricial iatrogênica cirúrgica; algias inflamatórias ou não inflamatórias do aparelho locomotor (miosite, epicondilites, tendinites, periartrites, pubalgia, lombalgia, torcicolo, entre outras); nevralgias consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos periféricos occipitalgia do nervo de Arnold, nevralgia cervicobraquial, nevralgias intercostais, ciatalgia; síndromes tróficas dos membros (algoneurodistrofia, canal do carpo).
As principais contra-indicações para a técnica são: o terapeuta agressivo ou não acostumado com o método; os maus estados cutâneos (pele hipotrófica, pele com úlceras, as dermatoses como eczema e psoríase); maus estados circulatórios fragilidade capilar sanguínea, reações hiperistamínicas, varizes venosas, adenomas; pacientes que estão fazendo uso de anticoagulantes; abordagem demasiadamente direta em processos inflamatórios (tenosinovite, entre outras); psicológica (estresse, emoções, entre outras), idade (crianças ou idosos) ou solicitação do paciente; hiperalgia insuportável.